26 de out. de 2008

18 de outubro

De uma família formada por cinco irmãos, ela foi a quarta filha. Três homens e duas mulheres. O pai de origem espanhola e a mãe de origem portuguesa. A família do pai tinha fortes dotes musicais. Ele era ourives. Aos sete anos o pai matriculou-a no Conservatório de Música de Pelotas onde estudou durante onze anos, formando-se em Teoria Musical e Piano. O Diretor do Conservatório queria que ela seguisse a carreira de pianista. Por timidez ela não aceitou.
Sempre ouvi que foi a determinação do pai que a fez estudar piano. Ele, durante a sua infância acompanhava-a até a porta do prédio e ela ao terminar a aula tinha que passar na oficina do pai onde ele a esperava com um copo de leite e bolachinhas. Em casa sempre foi tratada com muito zelo e os estudos eram acompanhados por seu pai que tocava flauta.
Namoros e festas não eram permitidos. Sempre teve uma vida saudável com passeios de barco, piqueniques e veraneios na Marambaia, lugar as margens do Canal do São Gonçalo. Durante o veraneio o piano era levado para que ela continuasse seus estudos. Ele gostava muito de ouvi-la tocar. Muitas vezes ele solicitava que ela tocasse piano enquanto ele ia para o meio do canal, de barco, para ouvi-la à luz do luar.
Durante estes veraneios conheceu um admirador que também apreciava música e freqüentava os saraus da família. Começou a namorar depois de certa resistência do pai. Tornou-se professora de canto orfeônico, após concurso para o Magistério Municipal, onde obteve o primeiro lugar. Casou, teve sete filhos, em dez anos. Deixou de trabalhar para criar os filhos. Após o nascimento do sétimo filho retornou ao trabalho em escola municipal. Como professora competente, foi convidada a ministrar aulas no Conservatório de Música de Pelotas aposentando-se aos sessenta e sete anos de idade.
Hoje ainda temos a grande satisfação de ouvi-la tocar piano. É uma mulher que tem muita garra e determinação. Passou por grandes trabalhos e nunca desistiu de lutar. Tem um temperamento forte e mesmo com idade ela está sempre no comando dos seus atos. É uma mulher ativa até hoje. Gosta de trabalhos manuais e está sempre envolvida com arrumações da sua casa, mudando móveis bordando, fazendo crochê, tocando piano. A maior lição que ela sempre nos ensina é a de lutar e vencer mesmo quando pensamos em nos acomodarmos.
Mãe esta é uma simples homenagem que te faço pela passagem dos teus oitenta e quatro anos no dia 18 de outubro! És um exemplo a ser seguido por todos nós!

4 comentários:

Unknown disse...

como ótima contista q és ficou ótima a síntese da biografia da vó Aida! uma guerreira mesmo! bjos nadadores no sao gonçalo!

Anônimo disse...

Oi mãe!!!
Linda história da tua mamãe...ela vai amar!!!!
E o aniver, como sempre é - ÓTIMO!!!!!!!!!!
BJS

Jornalista Giana Cunha disse...

Bota exemplo nisso!!!Conaseguiu resumir bem esses 84 anos de vida... e história!!!!
beijos

Anne M. Moor disse...

Que coisa linnnnnnnnnnnnda... Homenagem e mãe... Parabéns a todos e especialmente à aniversariante.
Beijos
Anne