8 de out. de 2013

Amor!

Amor!
Este foi o melhor aniversário de sua vida, e não foi por que ela estava comemorando seus trinta anos.
Não, ela não fez uma grande festa; ela não tirou o dia todo de folga; ela não recebeu milhares de visitas, nem tão pouco era fim de semana.
Era uma segunda-feira, pós feriado e ela estava na casa de seus pais.
Trabalhou pela manhã e à tarde ficou absorvendo todo o amor de sua família.
Estavam presentes, seu pai, sua mãe, suas irmãs e seus sobrinhos – uma de uma irmã e outro da outra irmã.
Seu marido estava trabalhando, mas mais à tardinha apareceu.
O dia estava frio e chuvoso, a lareira acesa, emitindo calor a todo o ambiente. Mas além deste calor, havia, ali, calor familiar.
Foi o primeiro aniversário com mais um integrante, um pequeno que lutou muito para estar junto desta família, em mais um, de tantos momentos especiais que cultivam juntos.
Não teve muita arrumação, ela não estava com seu melhor vestido, não estava muito maquiada e nem pensou em ir ao salão de beleza.
Ela tinha seu sorriso, que estava mais largo do que nunca e seus olhos que brilhavam de emoção.
Teve uma mesa posta, teve chocolate quente, teve um salgadinho ou outro; e muita doçura.
Ela ganhou ternura e cumplicidade como os melhores presentes. Teve amor, de novo, pairando pelo ar e a certeza de que ela estava no lugar certo.
Tiveram abraços de parabéns e beijos carinhosos, de marido apaixonado, acompanhados de um lindo buquê de rosas, de pais, com zelo, de irmãs, com emoção e, os melhores beijos de sobrinha que ela já recebeu, com um “eu te amo tanto titita”.
Teve sorriso de sobrinho, com uma emissão de som que bebês fazem, mas que titias entendem como “te adoro titita”, que a fez derreter-se e receber mais amor ainda.
Ela teve lembranças de que, mesmo sem conhecer os novos integrantes da família, já os amava muito; e ao conhecê-los, viu um novo jeito de amar, como tia, que faz bagunça e reza muito e sempre, para eles tenham vidas lindas!
Ela teve o melhor aniversário de sua vida, porque estava rodeada de sua família.
Ela festejou seus trinta, com olhos joviais, entusiasmo de criança e energia celestial.

Obrigada família, beijos

1 de out. de 2013

Sob o sol de cada começo

Esta crônica eu li em Santa Maria e achei muito interessante. Transcrevo aqui para que vocês apreciem!

Sob o sol de cada começo
A vida é feita de riscos, perdas, escolhas e tristezas. Mas, a vida é feita de alegrias que compreende grandes  re ‘começos’.
Estava eu num domingo à tarde, olhando um filme(“Sob o sol de toscana”). Domingo “este” , em que a chuva deslizava num remanso pela janela e onde não se espera nada, absolutamente nada, além de um descanso. Eis, que o filme começa a despertar em mim todos os questionamentos inenarráveis. Pronto, ganhei à tarde, pensei!
O que é a vida senão um montante de recomeços apenas, que se movem conforme nossas experiências diante dos desafios? O ressurgimento a que me refiro no título(de Vida). Seria quando perdemos algo que é indispensável para um viver, conviver e aguentar as intempéries em que as vivências nos colocam. Questiono-me dentre tantas coisas, se este ressurgir se dá quando o pulsar volta a reinar e há um despertar?! Este pulsar que aqui me refiro não seria algo físico e sim “uma pulsão”, sendo originária do latim “pulsio”, que designa o ato de impulsionar que compreende uma força, está pra além de físico, é um impulso que nos leva em direção a algo através de infinitas possibilidades de se representar um ‘desejo’. E ‘este’,  por sua vez,  volta a nos orientar,  ‘pulsar’ e por conseguinte nos faz viver.   
A vida nos convoca constantemente a um reinvestimento de resignificações, de energias. Elaborar cicatrizes e rever escolhas, é um desacomodar-se. E como diria um dos meus escritores favoritos(Fernando Pessoa). ‘A vida é o que fazemos dela’. Então, se autorize mais, ou seja, viva e sinta! As sensações nos atravessam durante nossa trajetória inteira, sejam elas boas ou ruins; o interessante da vida não é o momento ser eterno, porque não o será nunca, mas eterna será a sensação que o momento proporcionou. Como no filme: ‘você tem que viver esfericamente sob todas as direções, com entusiasmo infantil, e as coisas acontecem’. 
Um sentido para a vida? Não estou convencida disto. Acredito que nós damos um sentindo a mesma, vivendo-a. Como diria Calligaris em um de seus escritos; ‘perder o encanto no cotidiano ou nunca ter encontrado o mesmo, eis que surge a depressão’. Ou seja, a vida se justifica por si só, ela pode ser seu próprio sentido.
Nietzsche traz uma passagem em Zaratustra, um de seus escritos, que resume o que tento defender: ‘profunda é a dor e a alegria é mais profunda que o sofrimento, a dor diz: passa! Mas, toda a alegria quer eternidade, quer profunda eternidade’. E isto talvez seja o grande dilema, exigimos da vida mais do que ela pode nos dar. Você tem de saber conviver com as frustrações e fazer delas grandes aprendizados. A dor passa e a alegria retorna, mas a alegria acontece quando esperamos grandes excitações, realizações; eis o segredo da Vida.
Vivemos de reticências, incógnitas e pulsar. Viva e some os hojes, elabore os ontens e aguarde o amanhã. Não importa o que aconteça, guarde sempre sua inocência; isto é o mais importante.
A vida é um intenso  pulsar a nos impulsionar. Esta é a grande verdade a quem possa buscar e perguntar. Aliene Lemes